sábado, 25 de agosto de 2012

Como contar a História de uma Empresa

Na comunicação de uma empresa, um dos itens importantes é a apresentação institucional da mesma. Muitas vezes é necessário sair daquele texto institucional INOVAR!

É necessário contar a história de uma forma diferente e que desperte o interesse do público em conhecê-la. E o mais importante, esse material institucional deverá demonstrar as valências da organização, contar histórias e apontar caminhos. Também deve ter valor enquanto objeto e apresentar um conteúdo envolvente ao público que deverá assisti-lo.

Um case interessante é o da Lego, que completou 80 anos e decidiu contar sua história de um jeito diferente, através de um vídeo animado. O curta mostra também como foi criado o primeiro parque temático da Lego, em 1968, em Billund, e para sua criação foram usadas 55 milhões de peças da cidade do Lego.  Assista ao vídeo e conheça a história:


Sobre a Lego: Foi fundada em 1932 pelo dinamarquês Ole Kirk Christiansen. Hoje, a companhia está presente em mais de 130 países e emprega mais de 10 mil pessoas.

sábado, 18 de agosto de 2012

Realidade Aumentada


REALIDADE AUMENTADA
Imagine uma aula de geografia em que com um ou dois pedaços de papel impressos com códigos, você possa ver um monumento histórico como o Arco do Triunfo e ainda interagir com ele? Ou ainda, presenciar uma aula de Einstein? Com certeza, até quem não curte, se interessaria!

As possibilidades de aplicação da RA no ensino são infinitas. A Realidade Aumentada (RA) além de possibilitar aulas não presenciais fisicamente, ou seja, o professor e os alunos não precisarão estar necessariamente na mesma sala de aula para interagir.

O que era ficção científica para nossos avós, será apenas mais uma prática cotidiana para as próximas gerações. As próximas gerações contarão com tecnologias cada vez mais avançadas em busca de um saber mais completo e dinâmico, que renderá frutos hoje inimagináveis para a humanidade.


sábado, 11 de agosto de 2012

Novo Formato iBooks

E aqui estamos no assunto da semana. Com bem menos impacto do que se Steve Jobs estive na apresentação, a Apple apresentou ontem a sua visão de futuro educacional, uma plataforma para livros educacionais a preços acessíveis e um aplicativo que é uma ótima ferramenta para criar livros digitais novos. Apresentou o kit completo.
Mas está tudo bem? Quais são as implicações nessa sugestão de modelo da Apple? Há mais erros ou acertos? Vamos dar uma olhada.

Novo formato

Já não bastasse a teimosia da Amazon em se manter afastada do ePub, agora a Apple também o faz. Não que tenha se afastado demais – um artigo no TUAW explica que o formato do aplicativo, o .ibooks, é uma espécie de ePub disfarçado –, mas não é multiplataforma. Mesmo tendo um interior baseado em ePub, não é possível colocar um arquivo desses em um eReader como o Positivo Alfa, ou  nook touch, por exemplo. Será necessário possuir um iPad para visualizar o conteúdo.
Há vantagens, e entre elas está a facilidade em produzir conteúdo interativo com a ferramenta – gratuita, veja só! – iBooks Author. Nem a Amazon, nem o Smashwords e nem a Barnes & Noble (ou qualquer outra) possuem uma ferramenta de publicação tão boa e tão simples quanto essa.
É bem mais fácil inserir pop ups, elementos 3D, vídeo e muito mais com o programa. Isso tudo da forma mais simples possível, com interface limpa e intuitiva como só a Apple poderia trazer. Entretanto, é um novo formato a ser conhecido, aprendido e levado em conta na hora de publicar seu conteúdo. Ao invés de facilitar, de unificar, as empresas parecem querer mostrar uma esperteza, tentando convencer a todos de que o seu é o formato certo e mais completo. Só o consumidor perde com isso.
Se a Apple quisesse jogar justo deveria ter feito do formato do novo iBooks um padrão aberto. Claro, isso reduziria os royalties da Apple, bem como acabaria por ceder o controle da mais alta importância da experiência do usuário que Steve Jobs instalou como um valor fundamental da empresa. Por isso parece impensável.

Única plataforma

Mais um problema. O aplicativo iBooks Author, que promete facilitar a vida de autores, professores e outros criadores de conteúdo, roda apenas no sistema MacOS X. Sendo assim, isso não facilita em nada a vida de autores que possuem Windows ou Linux, pois estes teriam de mudar de equipamento.
E continuando nessa linha, os livros produzidos no aplicativo só poderão ser visualizados no iPad, iPod touch ou iPhone, e em mais nenhum lugar. É possível exportar o livro para TXT ou PDF, mas não sem perder praticamente 90% da beleza do livro. Se você tem um Xoom, um PlayBook, um Galaxy Tab, esqueça os maravilhosos livros. A Apple está obrigando a todos possuir um iPad para estudar, e é justamente isso que impede que sua solução seja o futuro da educação. Quando tolhemos as escolhas dos usuários, acabamos por não dar nenhuma opção.
Existem tablets mais baratas que o iPad, e isso facilitaria a vida de alunos que não podem gastar muito, ou simplesmente de pessoas que gostariam de modelos diferentes – nada mais normal. Restringir a uma só plataforma, tanto o aplicativo como a visualização, não me parece uma boa jogada.

Um lugar para vender, uma escolha

Mais um exemplo do que eu disse acima. Com o iBooks Author você monta seu livro facilmente, e com um clique pode publicá-lo na… iBookstore. Lógico, a Apple deve puxar a sardinha para o seu lado, mas porque temos que nos ver diante de uma nova Amazon? Isso obriga o consumidor a ter um Kindle caso ele queira ler ficção, um iPad caso precise de livros educacionais, e sabe-se lá mais quantos aparelhos para ter acesso a todo seu conteúdo.
Se você quer publicar um livro, TEM que escolher ou a Amazon, com seus programas de empréstimos, ou a Apple ou qualquer outra. A briga hoje em dia é pelo conteúdo, e essas empresas estão mostrando as armas que têm para conseguir isso. Enquanto a Amazon joga um “Quer vender bastante? Publique aqui!”, a Apple joga “Quer produzir livros lindos de forma fácil? Publique aqui!”.
E assim ficamos presos e sem praticidade, pois precisamos produzir e preparar o conteúdo diversas vezes para publicarmos em todos os lugares.

Direitos autorais

Com a facilidade de publicação, a Amazon já enfrenta sérios problemas de plágio, e precisa de um software rodando 24 horas em busca de conteúdo copiado. E eles aparecem aos montes. Com a publicação por um clique e a facilidade de fazer livros, esse número deve ficar ainda maior.
E como a Apple vai combater isso? Será que irá utilizar-se dos mesmos métodos com que já classificava os livros anteriormente? Será que vai proibir conteúdo erótico ou pornográfico como fazia antes? Se sim, cadê a liberdade no processo?

Mais acesso, mais popularização

Apesar dos pesares, alguém tinha que fazer isso, jogar a questão dos livros didáticos e interativos no holofote. E ninguém sabe fazer isso melhor do que a Apple. Foi ela que, de certa forma, resolveu o problema da música. E foi ela também que popularizou os apps para smartphones, e simplesmente trouxe à luz o que deve ser um bom smartphone.
Com seu novo projeto, está sacudindo a cadeira de todos, sejam editoras, autores, desenvolvedores e até alunos, que agora podem conhecer quais as vantagens desse novo sistema. Talvez ninguém seja tão popular quanto à Apple, mas é fato que de agora em diante deverão surgir novas empresas, start-ups e outras com soluções para os didáticos.
O preço está justo, por enquanto. A Apple fica com 30% de cada venda quando um  livro é vendido através de seu ecossistema iTunes. Os autores têm a capacidade de definir seus próprios preços, com um limite de até US$14,99 e têm a opção de publicar livros gratuitos. Se você escreve um livro pago, tem a opção de oferecer uma amostra, mas se o livro for gratuito não há opção de amostra.
Confira um vídeo de mais de 7 minutos a respeito da nova plataforma iBooks:


Com informações do FutureBook e The Digital Reader.

O PDF Está Morto Para a Publicação Digital

Um artigo publicado por Ben Vanderberg no site DPCI fala a respeito dos PDFs em relação à publicação digital.
Editoras com catálogos de conteúdo impresso estão procurando maneiras convenientes para publicar seu conteúdo nas plataformas digitais crescentes. Muitas vezes, o formato digital com que eles têm ficado confortável é o PDF. No entanto, quando produzindo de conteúdo na forma de livros ou revistas digitais, há um monte de coisas que as pessoas têm de ter em conta que não são tão simples como exportar um PDF.
Totalmente verdadeiro. Aqui no Brasil, mais da metade do catálogo de livros digitais ainda está em PDF. Não porque seja um formato considerado melhor, mas foi com ele que as editoras brasileiras começaram a experimentar o eBook. O problema é que anda hoje possuem esses livros em PDF, e eu já tive a tristeza de ser testemunha de um livro que tinha até mesmo as marcas de corte do livro impresso.
Publicar um livro em PDF não significa mandar exportar com um clique no InDesign. Já é ruim termos de lidar com arquivos que não se redimensionam nas telas, pequenas ou grandes, imagina ainda ter que saber que o eBook pelo qual você pagou mais de R$25 é apenas uma exportação mal feita do livro impresso?
O PDF foi desenvolvido para uma saída específica em mente: impressão. Tem um tamanho de página fixo. Enquanto isso funcionou para impressão, na era digital a sua “página” é a tela do computador. Com tablets, smartphones, laptops, etc, não há padronização de um tamanho de tela. Você pode ter uma proporção de 4:3 em um iPad, mas você pode ter um tamanho de tela 16:10 em um tablet Xoom Motorola, ou 16:9 em uma tela de computador. Além disso, o tamanho físico destes dispositivos tem um papel enorme na legibilidade.
Podemos dizer que aqui no Brasil, há uns 6 anos atrás, não era muito comum ler em dispositivos móveis. Não havia o iPad, os smartphones possuíam telas minúsculas e eram movidos por botões físicos. Assim, a melhor opção era mesmo o desktop, e para esse meio até que o PDF se encaixava bem. Porém, hoje em dia, com Kindles, iPads, Galaxy S II e outros muitos tamanhos de tela, o PDF passou a ser um pesadelo.
Ler um PDF em uma tela de smartphone, por mais que você tenha um com tela de 5 polegadas, é quase impossível. Um formato aberto e mais indicado como o ePub se adapta à qualquer tamanho de tela, e ainda é possível escolher a cor do fundo e o tamanho da fonte. E isso é o mínimo pedido. O PDF tem como vantagem manter a diagramação – o que é bom nos casos de livros de arte, fotografia, etc –, mas não pode ser lido em um smartphone sem causa dor de cabeça.
Quando você olha para revistas impressas ou livros, a maior parte do projeto foi baseado em uma variedade de fatores, incluindo a economia e as limitações de produção. O tamanho do tipo de corpo pode ter sido escolhido para otimizar a quantidade de conteúdo que vai caber em uma quantidade finita de espaço de página ou uma limitação de custos de cor ou substratos. Além disso, produtos de impressão são concebidos como one size fits all porque não há personalização para o leitor. Essas limitações não se aplicam para o digital.
Isso complementa o que eu disse. Elementos na página – a própria ideia de página já é ultrapassada para o digital –, gráficos, escolha de tipo e tamanho de fonte… são coisas pensadas para o impresso. Um orçamento baixo para um livro pode significar jogar mais texto em cada página, e letras menores. A escolha do negrito pode ter a ver com a cor do papel utilizado, etc. Isso tudo não existe no digital, onde o que importa é o conteúdo.
Ao longo dos anos, a Adobe ampliou o PDF para ser capaz de ter elementos interativos, como hiperlinks, vídeos e até mesmo animação. Os problemas com isso é que muitas vezes estes elementos interativos são dependentes do Adobe Reader e do Adobe Flash lerem estas animações. As plataformas móveis como o Apple iPad e Android são capazes de ler PDFs de forma nativa, mas muitas vezes eles não leem nativamente as extensões proprietárias que a Adobe tem feito para a plataforma PDF. Além disso, a Adobe optou por abandonar o Flash para dispositivos móveis, e a viabilidade de PDFs interativos dentro do crescente mercado móvel torna-se questionável.
Um PDF pode ser interativo? Claro que pode. Contanto que você lembre que ele só será lido em um número limitado de dispositivos. Número esse que, aliás, deve diminuir mais ainda com o passar do tempo, uma vez que a Adobe desistiu do Flash. Prepare-se para ter seu catálogo obsoleto em pouco tempo.
 Muitas das plataformas que são usados ​​na publicação digital hoje são baseados em tecnologias como HTML, a fim de permitir a máxima flexibilidade entre as plataformas diferentes. Armazenar o conteúdo de tal maneira universal também dá a máxima flexibilidade para futuras plataformas. Como a publicação digital está mudando rapidamente como é a natureza do espaço digital, bloqueio de conteúdo em um formato sem saída única como PDF só restringe suas oportunidades de negócios em andamento.
O golpe final: mantenha seu catálogo em PDF e logo você terá um catálogo obsoleto. Como Vanderberg diz, o futuro é o HTML, e o próprio e atual formato ePub já é composto por HTML, adotando agora também o HTML5. Ou seja, evitar o PDF também economiza recursos de produção futuras, evitando que você tenha que reproduzir tudo o que já fez.

Timeline da Publicação Digital em 2011


O site FutureBook colocou no ar uma linha do tempo com os principais fatos da publicação digital (lá fora). Vou reproduzí-la aqui, com alguns extras no mercado brasileiro que o Revolução eBook publica desde agosto. E que ano!
Janeiro
  • Vendas de eBook nos EUA compõem 23,5% de todas as vendas de livros comerciais.
Fevereiro
  • Office of Fair Trading abre investigação sobre preços fixos de eBook.
  • A Apple bloqueia o aplicativo Kindle para remover compras dentro do aplicativo.
  • B&N anuncia que vendem o dobro de eBooks em comparação aos impressos no site BN.com
Março
  • Primeira publicação digital prêmios acontece em Londres. Vencedores FutureBook.
  • A Apple lança o iPad2.
  • Acordo de livros da Google é cassado por juiz em Nova Iorque.
  • A Amazon tem 80% de participação online, afirma pesquisa.
Abril
  • Instituto Nielsen anuncia que vendas de eBooks estão diminuindo vendas de livros impressos.
Maio
  • Amazon anuncia que estão vendendo mais livros Kindle do que brochuras e capas duras juntas.
  • Amazon nomeia Larry Kirshbaum para cuidar de sua divisão de publicação.
  • B&N lança o Nook Reader Touch nos EUA.
  • RandomHouse anuncia venda de 2 milhões de eBooks.
Junho

Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro

Quase 41 Anos do Livro Digital

Se você acha que livro digital é novidade, está enganado, pois ele já chegou na fase adulta há muito tempo, e é um quarentão revigorado. Há anos venho defendendo e difundindo as potencialidades do livro digital, que pode democratizar o acesso ao livro e a leitura, principalmente por causa de sua portabilidade.

Bom, essa história está longe de terminar, mas tem um começo preciso. Em 1971, Michael Hart criou o Projeto Gutenberg, a primeira biblioteca digital do mundo, desenvolvida para viabilizar uma coleção de livros eletrônicos gratuitos a partir de volumes físicos e com direitos autorais livres. O primeiro livro desta biblioteca foi a declaração de independência dos Estados Unidos (tornando-se o primeiro livro digital da história). Este projeto tem agora 36 mil títulos.

Outros dois grandes acontecimentos da história do livro digital aconteceram em 1991 e 1993, primeiro com a Companhia Voyager e seu projeto “Livro Estendido”, como fotos e biografia dos autores em CD-ROOMS, e com a Digital Book Inc, que produziu um disquete contendo 50 livros no formato DBF (Digital Book Format). Mas jogada de mestre teve Jeff Bezos, que resolveu criar a primeira grande livraria online, em 1995.

No começo, ela vendia livros por email, e depois pelo site, e sua inovação se restringia apenas no modo de comprar e distribuir livros. Mas Bezos não se contentou com isso, e sua Amazon é hoje um conglomerado global. A partir de 1998, várias empresas tentaram emplacar leitores de livros digitais, como o Ebook Rocket, e SoftBook, e apareceram os primeiros fornecedores de eBooks em Inglês, como eReader.com e eReads.com. A Microsoft também tentou seu lugar ao sol, com o Microsoft Reader, mas não decolou. Quem alçou voo mesmo foi Stephen King, que teve o primeiro best-seller do mercado digital, “Montado na Bala”, com 400 mil downloads no lançamento (disponibilizado gratuitamente).

Em 2004, a Sony tentou entrar no mercado com seu leitor Libri, precursor do Sony Reader, lançado em 2006, e ambos tiveram fracassos retumbantes. Mas quem fez barulho mesmo foi a Amazon, que além de lançar o Kindle em 2007, disponibilizou 90 mil títulos para compra: uniu distribuição e tecnologia, justamente o que o mercado estava precisando. O sucesso foi tão grande que eles não pararam, lançando o Kindle 2 em 2009 e o Kindle 3 em 2010 (eu uso este último, e recomendo). O Kindle ajudou a popularizar a tinta eletrônica, que não cansa os olhos e imita o papel. Pra variar, somente em 2009 o Brasil acordou, com a criação da loja de livros digitais Gato Sabido, que acabou incorporada ao site Submarino.

No ano passado, a Apple e a Google entraram na briga: a primeira lançou a aplicação iBooks para iPad e Iphone, que permite que você compre livros eletrônicos na loja online iBookstore, e a segunda, o Google eBookstore, o maior catálogo do planeta, milhões de livros. Ambas têm potencial para derrotar a Amazon na distribuição e venda de livros, mas talvez não tenham fôlego ou vontade (a Amazon não é boba, acabou de lançar o Kindle Fire, tablet que custa a metade de um iPad). O fato é que a Amazon já vende mais livros digitais que impressos, uma tendência mundial e ecologicamente correta. E você, quando vai entrar no mercado do livro digital?

 Artigo publicado originalmente no jornal A Notícia, por Carlos Schroeder, diretor executivo da Editora da Casa.

A Leitura Digital Afeta a Lembrança do Que Lemos?

Um artigo do site da Time sugere que é mais difícil armazenar informação quando lemos na tela. A professora de psicologia da Universidade de Leicester Kate Garland estudou a questão, e chegou à conclusão de que não há diferença perceptível entre a mídia impressa e a digital.

Entretanto, em estudos mais longos, percebeu-se que mais repetição foi necessária com a leitura de computador para transmitir a mesma informação. Além disso, os leitores de livros impressos digeriram o material de forma mais completa. “O que descobrimos foi que as pessoas na leitura em papel começam a “saber” o material mais rapidamente durante a passagem do tempo”, diz Garland.
Isso pode ser particularmente importante porque a evolução pode ter moldado a mente para recuperar facilmente sinais de localização, para que possamos encontrar o nosso caminho de volta. Como o neurocientista Mark Changizi coloca:
Na natureza, a informação é fornecida com um endereço físico (e muitas vezes também com um temporal), e uma pode navegar para e a partir do endereço. As manchas de framboesa que encontramos no ano passado estão em cima da colina e pelos bosques – e elas ainda estão em cima da colina e pelos bosques.
E até o surgimento da web, os mecanismos de armazenamento de informações eram em grande parte espaciais e podiam ser navegados, assim, explorando nossas capacidades de navegação inatas. Nossas bibliotecas e livros – os reais, não os eletrônicos – eram extremamente navegáveis.
eBooks, no entanto, fornecem menos marcos espaciais do que a impressão, especialmente os mais simples, como os primeiros Kindles, que simplesmente percorrem o texto e nem sequer mostram os números das páginas, apenas a porcentagem já lida. Em certo sentido, a página é infinita e ilimitada, o que pode ser confuso. Livros impressos, por outro lado, nos dá um ponto de referência físico, parte da nossa recordação inclui o quanto de um livro já lemos, algo que é mais difícil de avaliar em um eBook.

Jakob Nielsen, especialista em usabilidade na web, afirma que as telas menores também tornam o material menos memorável. “Quanto maior a tela, mais as pessoas podem lembrar e quanto menor, menos elas podem se lembrar”, diz ele. “O exemplo mais dramático é a leitura a partir de telefones móveis. Você perde quase todo o contexto.”

O virar de páginas também é importante. O fato de poder retroceder duas ou três páginas e poder contemplar os dois conteúdos – o antigo e o atual – ao mesmo tempo gera um inter-relacionamento de assuntos mais rápido e gasta menos energia do cérebro para compreender o fato.

Isso não significa que não há um lugar para eBooks ou textos didáticos informatizados, no entanto. Nem Nielsen nem Garland se opõem ao uso de novas mídias para o ensino. Na verdade, ambos acreditam que há muitas situações em que elas podem oferecer vantagens reais.

Com informações do TIME.com e Psychology Today.

Três Passos Para o Sucesso no Mercado Editorial Digital

No site Digital Book World Jason Allen Ashlock, presidente e fundador da Movable Type Management cita três itens importantes que editoras e outros produtores de conteúdo devem sempre levar em conta na hora de levar seus negócios:

Os parceiros certos importam

Escolher com quem se trabalha é fundamental, uma editora já sabe disso. Os autores certos, os desenvolvedores certos, os freelancers certos. Uma boa parceria, escolher qualidade ao invés de preço, são coisas que influem e muito no resultado final, que deverá ser vendido ao consumidor.

Experimentação é o melhor jeito de aprender

Ainda mais no mercado digital, onde tudo é sempre novo, e aqueles que encontrarem boas soluções primeiro vão ganhar mais dinheiro antes e se manter com mais segurança no mercado.
Tentar novas estratégias, workflows diferentes, sair da rotina e do tradicional. O mundo digital exige que todos se adaptem, mudem e inovem. Ficar no mesmo lugar esperando que tudo será como antes não vai funcionar.
Experimentar leva a mais erros, mas também leva aos acertos. Aprenda com os erros e será mais fácil acertar. Uma vez que acertou, repita, mas continue sempre experimentando. Nunca se acomode.

O autor educado é prioridade

Nas palavras de Ashlock: “Podemos adotar um modelo de representação menos direto, levar os parceiros capazes e lançar-nos em um papel de gestão social, mas precisamos dos autores para trazer suas idéias, seus insights e sua bravura. Precisamos de todos os olhos no mercado que podemos obter, todas as idéias que podemos produzir, todas as mãos que podemos obter no trabalho, e todo o entusiasmo destemido que podemos reunir se vamos experimentar o suficiente para ir em direção à confiança e eventual especialização. Precisamos que nossos autores sejam educados, curiosos, dispostos a levar às vezes e às vezes a serem levados.”


Stella Dauer é designer e eBook evangelist da Simplíssimo, além de editora do site Revolução eBook. Stella é especialista em gadgets, trabalha com livros desde 2006 e pesquisa e divulga o livro digital desde 2009.

Enciclopédia Britannica deixará de ser impressa após 244 anos

A Enciclopédia Britannica, a mais antiga do mundo em inglês fechou versão impressa após 244 anos do seu seu primeiro exemplar foi publicado em Edimburgo, na Escócia, em 1768. A companhia, que hoje tem sua sede em Chicago, nos Estados Unidos, deve anunciar que se concentrará em sua enciclopédia digital.

A decisão é uma tentativa de adaptar-se à crescente demanda por conteúdos digitais e, em particular, à concorrência da popular Wikipedia, afirmou ao site o presidente da companhia, Jorge Cauz.

"É como um rito de iniciação nesta nova era. Muitos se sentirão tristes e nostálgicos por isso, mas agora temos uma ferramenta melhor. O site está constantemente atualizado, é muito mais extenso e tem conteúdos multimídia", destacou Cauz.

Os pesados volumes da enciclopédia, com suas letras douradas na lombada, foram um objeto quase básico nas famílias britânicas e americanas desde meados do século 20, quando centenas de vendedores ambulantes os ofereciam de porta em porta.

Hoje, no entanto, a enciclopédia é quase um objeto de luxo, com um preço de US$ 1,4 mil pela edição completa, e seus clientes mais fiéis são as embaixadas e os colecionadores, segundo o "NYT".
A última edição da Enciclopédia Britannica será a de 2010, um conjunto de 32 volumes que pesa 129 quilos e inclui atualizações sobre o aquecimento global e o Projeto Genoma Humano.
A versão impressa da enciclopédia representa apenas 1% da receita da companhia. Cerca de 85% vêm da venda de produtos do currículo escolar em disciplinas como matemática e ciências, enquanto o restante, de acordo com o "NYT", vem de assinaturas do site.

A Enciclopédia Britannica se transformou em 1994 na primeira do mundo a chegar à internet, e hoje, o acesso a sua enciclopédia digital, que é atualizada a cada 20 minutos, custa uma taxa de US$ 70 anuais.Embora alguns de seus artigos já possam ser consultados de forma gratuita em seu portal, Cauz descarta que a companhia passe a oferecer seus verbetes em um modelo gratuito.

Do Pergaminho...ao Livro...ao Tablet!

Um artigo fantástico no New York Times faz um panorama histórico das mudanças nas plataformas de leitura ao longo do tempo. Hoje, a revolução se trata do livro impresso ao leitor eletrônico, tablets e eReaders. Mas em outras épocas, houveram mudanças tão significativas quanto essa.

No início, os rolos eram a plataforma mais utilizada para guardar informação. Era um meio especial, usado somente para textos sagrados, documentos, história, literatura. Para escrever textos cotidianos, as pessoas dispunham de tábuas cobertas de cera, e usavam uma caneta para riscar o objeto. Certo dia, inventaram de unir algumas tábuas em um conjunto. Eventualmente, essas placas foram sendo substituídas por pergaminhos, e assim nasceu o códice. E, mais interessante ainda, foram os cristãos que popularizaram esse meio, um jeito de distribuir a Bíblia. O códice era portátil, compacto, barato e fácil de montar.

Além disso, a experiência melhorou. Era possível alcançar qualquer parte do texto mais facilmente, não era preciso desenrolar tudo. Podia marcar uma passagem, comparar com outra. Os tipos móveis trouxeram a rapidez da produção, a rapidez da distribuição. Livros começaram a se tornar populares. Contra o gosto da igreja, que detinha o poder da produção.
Agora, estamos avidamente testando um novo formato para o livro, assim como os primeiros cristãos fizeram. Durante o primeiro trimestre deste ano as vendas de eBooks subiram 160%. As vendas de impressão – vendas de códices – caíram 9%. São números extremamente altos. Mas, ao contrário da última vez, não é um caso claro de uma tecnologia superior deslocando uma inferior. É mais complexo do que isso. É mais sobre mudanças de caminhos.
Os eBooks são mais compactos, portáteis, mais pesquisáveis. Livros não precisam de bateria, entretanto, além de serem mais elegantes e queridos. Os códices trouxeram ao mundo a possibilidade da navegação não linear, coisa que os rolos não tinham. Ironicamente, é um inferno navegar sem linearidade em um leitor eletrônico. Por isso, a matéria afirma que esse é o motivo pelo qual trouxemos palavras como “scroll” (rolo, rolar) e “tablet” (tábua, placa) de volta à tona.
Na verdade, o códice não é apenas mais um formato, é aquele para o qual o romance é otimizado. A linguagem do romance contemporâneo, a densa camada criou raízes e cresceu no códice, e exige o tipo de navegação que só o códice fornece.

O autor do artigo, Lev Grossman, termina de modo inesperado. Ele espera que os impressos não morram, pois estaríamos perdendo essas capacidades que o códice nos traz, e pede para pensarmos no que estaríamos sacrificando ao abandonar o impresso e partir para o digital. Não é engraçado? Grossman conta como o códice melhorou a vida da sociedade ao substituir o rolo e agora, assim como os que foram contra o próprio códice e os tipos móveis, ele defende a permanência do que é velho. Ele defende o livro impresso de forma cega, colocando o eBook como ele é hoje, em seu nascimento.

Ainda não sabemos o que será o eBook do futuro, e o quão diferente ele será do que é hoje. É muito primitivo colocar a não-linearidade de um eBook – em plena era do hipertexto e da internet – apenas em um aparelho, um meio como o eReader, ou qualquer leitor eletrônico.

É preciso nos desfazermos do livro como objeto para aí sim enxergarmos os novos caminhos para o livro como informação e conhecimento.